quarta-feira, 29 de abril de 2009

Blogs maneiros


Saindo um pouco do limbo para uma retribuição com ares de dever moral. É que há algum tempo recebi de dois amigos a indicação para o selo Olha que blog maneiro, e sinto que é meu dever retribuir, pois ambos são, realmente... muito maneiros, é claro (rá!).

Recebi a indicação de dois cinéfilos de prima categoria:

- Cinefilia, do Vinícius Lemos, que também é colaborador do site Cinema & Vídeo e apresenta um quadro sobre cinema no programa Tudo a Ver, da TV Paranaíba de Uberlândia;

- Sintoma Cinema, do Lucas Lopes, historiador e conhecedor dos recônditos mais obscuros da produção cinematográfica, além de ser um dos criadores do Clube de Cinema da UFU.

As regras para o selo são:

1 - Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2 - Poste o link do blog que te indicou. (muito importante!!!)
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.


E os meus indicados:

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Um pouquinho de humor cético em meio à mesmerização obâmica

Obama assumiu ontem a presidência dos EUA e 99,9% da mídia e dos opinativos de plantão continuam protagonizando um baba-ovismo de proporções gigantescas.

As expressões "nova era" e "momento histórico" nunca estiveram tão presentes nos diários de notícias. Antigamente, serviam para que historiadores olhassem para o passado e assinalassem um conjunto de fatos que realmente causaram um impacto relevante em uma sociedade. Algo que poderia se observar nos acontecimentos POSTERIORES.

Mas objetividade é coisa do passado quando o assunto é exorcizar Bush, eleito pela imprensa como senhor das trevas e personificação de todos os males do mundo. Por isso, dá-lhe risonhos jornalistas que se auto-proclamam arautos da imparcialidade, mas acabam fazendo o papel de bardos da mudança (CH-CH-CHAAAAANGE!!), anunciando as qualidades lendárias de um personagem mítico. Do qual, aliás, efetivamente pouco se sabe e que sequer foi posto à prova. Mas e daí, né? O cara tem carisma, fala muito bem e é negro! Taí três características objetivas que definem a competência (futura) de um chefe de estado.

Sem mais delongas, confira algumas charges que remetem ao saudável e combalido exercício do ceticismo jornalístico:

- Obama é oficialmente o presidente! Cadê a música? As borboletas? Os azulões? PORQUE NÃO É PRIMAVERA?
(por Dana Summers)

- Agora que você fez o juramento como presidente, você poderia nos contar logo... Quem é você?
(por Ed Gamble)

- Repita depois de mim, eu, Barack Hussein Obama...
- Psst... Você sabia que esse livro é sobre mim?
(por Gary McCoy)


"O Topo da montanha"
(onde está escrito "expectativas")
(por John Cole)


Fonte das charges: townhall.com

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Entendendo o conflito no Oriente Médio de forma didática

Segue abaixo um texto que esclarece muito o que está acontecendo no Oriente Médio, resumindo as premissas de forma bem simples. Foi publicado na edição de hoje da Folha, escrito por João Pereira Coutinho.

Estou postando porque tudo o que é apresentado nesse texto parece bem óbvio para mim, mas a imprensa nacional em geral insiste em tratar o tema com uma ignorância atroz. A vítima do lado de cá do mundo é muito clara: o público.


Mudar as palavras

por João Pereira Coutinho

Israel está novamente em guerra com os terroristas do Hamas, e não existe comediante na face da Terra que não tenha opinião a respeito. Engraçado. Faz lembrar a última vez que estive em Israel e ouvi, quase sem acreditar, um colega meu, acadêmico, que em pleno Ministério da Defesa, em Jerusalém, começou a "ensinar" os analistas do sítio sobre a melhor forma de acabarem com o conflito. Israel luta há 60 anos por reconhecimento e paz.
Mas ele, professor em Coimbra, acreditava que tinha a chave do problema. Recordo a cara dos israelenses quando ele começou o seu delírio. Uma mistura de incredulidade e compaixão.

Não vou gastar o meu latim a tentar convencer os leitores desta Folha sobre quem tem, ou não tem, razão na guerra em curso. Prefiro contar uma história.

Imaginem os leitores que, em 1967, o Brasil era atacado por três potências da América Latina. As potências desejavam destruir o país e aniquilar cada um dos brasileiros. O Brasil venceria essa guerra e, por motivos de segurança, ocupava, digamos, o Uruguai, um dos agressores derrotados.

Os anos passavam. A situação no ocupado Uruguai era intolerável: a presença brasileira no país recebia a condenação da esmagadora maioria do mundo e, além disso, a ocupação brasileira fizera despertar um grupo terrorista uruguaio que atacava indiscriminadamente civis brasileiros no Rio de Janeiro ou em São Paulo.

Perante esse cenário, o Brasil chegaria à conclusão de que só existiria verdadeira paz quando os uruguaios tivessem o seu Estado, o que implicava a retirada das tropas e dos colonos brasileiros da região. Dito e feito: em 2005, o Brasil se retira do Uruguai convencido de que essa concessão é o primeiro passo para a existência de dois Estados soberanos: o Brasil e o Uruguai.

Acontece que os uruguaios não pensam da mesma forma e, chamados às urnas, eles resolvem eleger um grupo terrorista ainda mais radical do que o anterior. Um grupo terrorista que não tem como objetivo a existência de dois Estados, mas a existência de um único Estado pela eliminação total do Brasil e do seu povo.

É assim que, nos três anos seguintes à retirada, os terroristas uruguaios lançam mais de 6.000 foguetes contra o Sul do Brasil, atingindo as povoações fronteiriças e matando indiscriminadamente civis brasileiros. A morte dos brasileiros não provoca nenhuma comoção internacional.

Subitamente, surge um período de trégua, mediado por um país da América Latina interessado em promover a paz e regressar ao paradigma dos "dois Estados". O Brasil respeita a trégua de seis meses; mas o grupo terrorista uruguaio decide quebrá-la, lançando 300 mísseis, matando civis brasileiros e aterrorizando as populações do Sul.
Pergunta: o que faz o presidente do Brasil?

Esqueçam o presidente real, que pelos vistos jamais defenderia o seu povo da agressão.

Na minha história imaginária, o presidente brasileiro entenderia que era seu dever proteger os brasileiros e começaria a bombardear as posições dos terroristas uruguaios. Os bombardeios, ao contrário dos foguetes lançados pelos terroristas, não se fazem contra alvos civis -mas contra alvos terroristas. Infelizmente, os terroristas têm por hábito usar as populações civis do Uruguai como escudos humanos, o que provoca baixas civis.

Perante a resposta do Brasil, o mundo inteiro, com a exceção dos Estados Unidos, condena veementemente o Brasil e exige o fim dos ataques ao Uruguai.

Sem sucesso. O Brasil, apostado em neutralizar a estrutura terrorista uruguaia, não atende aos apelos da comunidade internacional por entender que é a sua sobrevivência que está em causa. E invade o Uruguai de forma a terminar, de um vez por todas, com a agressão de que é vítima desde que retirou voluntariamente da região em 2005.

Além disso, o Brasil também sabe que os terroristas uruguaios não estão sós; eles são treinados e financiados por uma grande potência da América Latina (a Argentina, por exemplo). A Argentina, liderada por um genocida, deseja ter capacidade nuclear para "riscar o Brasil do mapa".

Fim da história? Quase, leitores, quase. Agora, por favor, mudem os nomes. Onde está "Brasil", leiam "Israel". Onde está "Uruguai", leiam "Gaza". Onde está "Argentina", leiam "Irã". Onde está "América Latina", leiam "Oriente Médio". E tirem as suas conclusões. A ignorância tem cura. A estupidez é que não.

sábado, 10 de maio de 2008

Dramatic Lemur

Mais um grande nome das artes dramáticas vindo do reino animal. Críticos e especialistas já o consideram um dos atores mais expressivos da história, tornando-se sério candidato para desbancar o Esquilo do 1º lugar.




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Ah!

Quanto aos seres humanos, vale lembra que o terceiro lugar é ocupado por Al Pacino. Apesar de não ter feito um filme que preste desde "Advogado do Diabo" ele permaneceu firme e forte até o ano passado, quando foi desbancado pelo Esquilo Dramático.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

EXCLUSIVO! Imagem inédita de uma tragédia anunciada



Hoje vou ser breve. Quero só que vocês dêem uma olhada na exclusivíssima imagem de um filme muito aguardado pelo público. Desde o anúncio do mesmo sempre vivi um dilema: nunca levei muita fé... mas sempre pensei: "caramba, podia tanto ser um filme bom... mas acho difícil...". Tirem suas próprias conclusões:
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(Vocês estão preparados?)
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(TCHARAM!!!)
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(É. Era só isso mesmo.)

Agora respondam com sinceridade. Que descrição seria mais coerente com a imagem acima?

1) Exclusivo: novas imagens do filme "High Kung Fu School Musical"

2) Rebeldes abandonam gravatinhas e investem em moda oriental

3) Aewss vei oia soh eu paganu de Goku nuh concursSsu cOsplay duh AnimE FrIenDS XD >>

4) Exclusivo: Br'Oz (ou Twister ou KLB) retornam com novo clipe!

5) Este é o Goku do filme do Dragon Ball Z (Isso mesmo! Lutas psicodélicas, ultra-mega-hyper poderes e planetas destruídos numa batalha só)

Comentem aí, galera (e desculpa aí se estraguei o dia, a infância ou o orgulho nerd de alguém. Acreditem, também fiquei abalado.)





quarta-feira, 2 de abril de 2008

A Lenda de Zelda: O Filme

Ano passado eu postei aqui no blog um desenho pra lá de obscuro baseado no grande clássico dos games The Legend of Zelda. O bagulho era tão ruim (mas tão ruim!) que a única diversão que poderia proporcionar seria o famoso humor involuntário, que os nerds às vezes negam mas adoram encontrar em certas produções toscas. E mesmo assim só acharia algum atrativo - mais histórico do que qualquer outra coisa - aqueles que já possuíam alguma familiaridade com a saga.

Desta vez é diferente. Ontem o site IGN, um dos maiores portais de games do mundo, lançou com exclusividade um trailer da adaptação aos cinemas de Zelda!...

... só que de mentirinha :P

Como já virou tradição na internet, todo dia 1º de abril algumas páginas costumam fazer brincadeiras, como soltar notícias falsas na rede. O que chamou atenção é que o tal trailer ficou muito bem feito, dá até pra enganar um ou outro desavisado por aí. Confiram:

sexta-feira, 28 de março de 2008

Um desabafo sobre política e a tal mania de sermos simplórios (atualizado dia 21/01/2009)

Foi com agradável surpresa que hoje li um importante discurso do senador e pré-candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama. Pronunciado dia 18 de março, na Filadélfia, trata com despudorada honestidade da questão racial. A declaração surgiu após uma polêmica envolvendo o pastor da Igreja que Obama frequenta, o reverendo Jeremiah Wright, que afirmou em alguns de seus sermões que os Estados Unidos são um país fundamentalmente racista. Disse também que os negros deveriam dizer "Deus amaldiçoe a América" em invés da tradicional fala nacionalista, "Deus abençoe a América".

Como já era de se esperar, as declarações do líder religioso foram amplamente exploradas pelos adversários do senador na corrida à Casa Branca, que procuraram associa-lo às inflamadas pregações de Wright.

Agora, talvez você se pergunte: porque acho este discurso de Obama tão importante? Porque, sem apelar para uma ideologia partidária rasa, o pré-candidato analisa a questão do preconceito contra as minorias de uma forma sensata e auto-reflexiva. Algo diferente do que estamos acostumados a presenciar habitualmente na política. Ou seja: sem se apegar aos estereótipos, velhas mágoas ou reducionismos históricos.

Caramba, isso é tão diferente do que vemos, todo santo dia, sem trégua, aqui no Brasil!

Estou cansado de presenciar o velho discurso materialista-histórico da esquerda, que reduz tudo à eterna e segregacionista luta de determinados grupos contra o "capital". E também estou farto desta dita "direita" tupiniquim, de raciocínio tão simplório, que só procura soluções e alianças fáceis.

Engraçado notar a tendência que impede ambos os grupos de ampliar um pouco mais o horizonte de seus discursos, reavaliar posições e desenvolver um raciocínio mais refinado: trata-se da mania de desqualificar o adversário, pelo simples fato dele pensar diferente.

É tragicômico ver os debates políticos, seja no plenário, nas faculdades ou nos fóruns de internet, serem reduzidas, no final das contas, a ofensas idiotas como “aliado do sistema”, “burguês”, “vagabundo”, “baderneiro”... A lista de clichês é maior do que um episódio da Turma do Didi.

Olha: eu sei lá se o Obama conseguiria colocar em prática pelo menos 10% de sua política de integração nacional para os EUA. Como brasileiro, também não concluí qual candidato seria mais favorável à política internacional referente à nossa nação: Barack, Hillary ou John McCain.
O que importa pra mim neste discurso não é especificamente um posicionamento político. Eu postaria mesmo se fosse de algum texto obscuro de um orador desconhecido. A questão é que que ele traduz uma atitude política que me importa: não se apegar às fórmulas mágicas de gestão, lidar de forma sensata com as diferenças de pensamento, não deixar que sua posição (intelectual, emocional, social) o torne um conformista. Enfim, me fez lembrar que uma democracia de verdade não se constrói em cima de velhos clichês e preconceitos, mas com empenho de todos os setores da sociedade.


Link: texto do discurso, traduzido para o português

Nota posterior (21/01/09):

Revisitando:

Voltei neste post quase 1 ano depois, e um dia após a posse de Obama, pra conferir se meu texto tinha deixado alguma possível interpretação favorável ao então candidato. Ao meu ver, acho que fui claro ao dizer que o que me atraiu no discurso foi a reflexão sobre a questão racial e a importante conclusão de que a história não deve ser reduzida a algo simplório e facilmente inteligível.

Mesmo assim, hoje reconheço uma grande ingenuidade na análise realizada. O porquê é simples: como Obama poderia frequentar por vinte anos a referida igreja, que sempre contou com o mesmo pastor, e não ter consentido ou concordado com seus discursos?

Se antes minha opinião particular era neutra, posteriormente cheguei à conclusão de que McCain seria um melhor candidato que Barack Obama. O que não me impede a continuar admirando as qualidades retóricas do agora presidente democrata, algo que creio, ainda será objeto de muitos estudos em comunicação social, principalmente na área da publicidade e propaganda. Fica a torcida para que os EUA se dêem bem, pois o país é referência fundamental não só para a economia mundial, mas para a democracia como um todo.

Enfim, certamente poucas pessoas lerão este adendo, mas queria deixar claro meu posicionamento.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Obituário: Capitão América... e o "Sonho Americano"?

Uma Guerra sem Capitão
Neste mês, as bancas brasileiras receberam um dos acontecimentos mais impactantes dos quadrinhos atuais: a morte do Capitão América, publicada aqui pela Panini Comics na revista Os Novos Vingadores # 49.

A derradeira aventura de um dos maiores ícones da Marvel Comics é conseqüência da saga Guerra Civil, maior evento editorial da “Casa das Idéias” nesta década. A história principal foi contada em uma minissérie de sete partes, escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven. Os títulos mensais, por sua vez, mostravam a repercussão dos fatos para a vida particular de cada herói ou equipe.

A trama de Guerra Civil gira em torno da criação, nos Estados Unidos, da Lei de Registro de Super-Humanos. O ato obriga todos os humanos com superpoderes a se cadastrarem junto ao governo, sendo obrigados a revelar sua identidade secreta e encaminharem-se para um programa de treinamento, a fim de exercerem funções em órgãos de segurança oficiais.

Tomando uma conotação bastante política, a história divide os heróis em grupos contra e a favor da nova lei. Tony Stark, o Homem de Ferro, encabeça os apoiadores do registro. O Capitão América, por sua vez, lidera a resistência contra o ato, entrando para a clandestinidade.

... e um Capitão sem guerra
Se você não é muito ligado em quadrinhos ou não os acompanha ultimamente, pode ter estranhado uma coisa no parágrafo anterior. Afinal, porque raios o Capitão América, vulgo bandeiroso, herói e ícone máximo da nação estadunidense, resistiria a um ato pela “lei e pela ordem”? Pior ainda: virando um clandestino, fora-da-lei, persona non grata, most-wanted!?!

Eis onde resiste a mágica da excelente safra de histórias recentes do Capitão. O aclamado escritor Ed Brubaker (Demolidor; Gotham City Contra o Crime) conseguiu imprimir uma inédita profundidade à saga de Steve Rogers. Em suas mãos, o bandeiroso é sim, uma figura icônica, representante do tão falado (e pouco discutido) sonho americano. O grande questionamento, porém, se dá quando o herói é perseguido por um dilema: como ser um soldado fiel a seu país, se uma política adotada de repente em seu país parece flertar com o totalitarismo e ir contra os próprios ideais sobre os quais a nação foi fundada? O Capitão deve servir ao governo que jurou obedecer ou aos ideais de democracia e liberdade que ultrapassam esta ou aquela gestão, compondo o próprio imaginário de seu povo?

Ah! E tem um mais um detalhe. Muito importante, aliás. É que a tais dúvidas soma-se um fato inegável, decisivo: o Capitão América é um anacronismo.

[Atualização: Memo - Origem - Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem recruta Steve Rogers se voluntariou como cobaia para um experimento do Exército: o Soro do Supersoldado. A substância transformou o franzino rapaz na mais perfeita máquina de combate dos EUA: o Capitão América. Depois de ajudar os aliados a vencer o conflito, o Capitão dedicou-se a combater o crime, até o dia em que desapareceu em missão e foi dado como morto. Nos dias atuais, Steve foi encontrado congelado, em animação suspensa, e reanimado pela super-equipe Os Vingadores, ao lado da qual combate o crime].
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Um soldado da Segunda Guerra Mundial, que de repente se vê no caos globalizado contemporâneo. Para ele, nunca foi tão difícil escolher quais decisões tomar. Isso porque Steve sabe que as implicações de seus atos podem gerar inúmeras e diferenciadas conseqüências. Para o mundo e para sua consciência.

Steve Rogers representa uma época em que, para um jovem idealista americano, era mais fácil decidir que rumo tomar na vida. Afinal, de um lado ele possuía toda a ideologia de aparente liberdade individual e democracia que criara sua identidade, enquanto no outro front o nazismo se apresentava como um sinistro inimigo a ser combatido.

O totalitarismo do Reich despersonificava o povo, que era nada mais que um instrumento do personagem maior, o Estado. Neste contexto era fácil, para um soldado aliado, enxergar no inimigo como algo pouco além de uma personificação do mal, cujo rosto praticamente confundia-se com o de Adolf Hitler.

Por todos esses motivos, percebe-se que tanto a trama de Guerra Civil quanto do título-solo do herói são desenvolvidas de tal maneira que o desfecho apresenta-se como uma das poucas, senão a única, solução plausível.

"A Morte do Sonho"

Este é o representativo título da história, cujo principal acontecimento é narrado logo na primeira parte. Nada de supervilões, monstros gigantes ou clones descontrolados. O Capitão América tomba indefeso, vítima de uma covardia desproporcional ao heroísmo que se espera anteceder à morte de um guerreiro. Agoniza nas escadarias de um tribunal de Nova York, diante das câmeras da TV. Tosco? Só se você espera "mais do mesmo" nas histórias de super-heróis, ou seja: pancadaria irracional, corpos anabolizados, roteiro raso. Não é o que se vê aqui. Pelo bem da nona arte.

Brubaker opta por uma história focada nos personagens secundários. As lembranças de cada um e a visão do público, sob a perspectiva do jornalismo, marcam a trama. A arte de Steve Epting, soberba, imprime seriedade e verossimilhança à narrativa, cujo impacto visual é marcante.

Enfim, "A Morte do Sonho - Parte Um" foi uma surpresa muito bem-vinda. Eu, que estava há um bom tempo sem acompanhar as séries mensais de heróis, não imaginava que encontraria um sopro de criatividade e qualidade justamente no Capitão América. Digo isso, porque é destes personagens que o pessoal dito politizado adora odiar (stazunids, indústria cultural e tal). Mas, no final das contas, representa valores autênticos e talvez careça somente de boas idéias e novas contextualizações.

Os Novos Vingadores # 49
Apresentando:
"A Morte do Sonho - Parte Um"
Roteiro: Ed Brubaker
Arte: Steve Epting
R$ 7,50

E mais: Novos Vingadores, Illuminatti e Miss Marvel (legaizinhas também, mas nem estou a fim de falar...)



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Estes seres engraçados e seus rituais de primavera


Recebi o texto abaixo do meu amigo, e brincalhonista inveterado, Daniel Rodrigues. Ele mandou tudo isso em forma de scraps no Orkut no dia do meu aniversário. Trata-se de um verdadeiro tratado sobre essa coisa realmente estranha: a comemoração de mais um ano de sobrevivência nesse mundo redondo-levemente-achatado-nos-pólos-semi-derretidos-por-nós. Eu nem queria postar nesse blog. Queria ver esse texto no excelente "Seres Humanos São Engraçados", página que o tal fanfarrão possui e abandonou aos macacos. Mas como hoje o cara completa seus (esperados?) 24 anos de vida (ui!), deixo com vocês seu tratado antropológico:

Sr. 05, o senhor sabe que eu não poderia deixar passar em branco um dia como esse, né senhor 05? Mas ao invés de mandar um scrap convencional dizendo: "Parabéns, tudo de bom, felicidades, você merece", quero convidá-lo a instigar...

Quando nós, formas de vida baseadas em carbono, conquistamos o direito de comemorar um "aniversário"? Quando nós conquistamos essa tradição de se dar parabéns a alguém, no dia do ano que essa pessoa passou mais um ano viva?

Talvez, em uma certa fase de nossa evolução, tenhamos conseguido conquistar o direito do topo da cadeia alimentar e tivéssemos mais tempo livre para inventar certas "tradições". Ao mesmo tempo, ainda era de certa proeza que um indivíduo passasse mais anos sem ser morto em uma guerra tribal ou devorado por um tigre-dentes-de-sabre. Pensava-se:


- Cara!... Você tá aqui mais um ano, hein? Você merece uma canção.


Pode parecer boçal em nosso ponto de vista, mas numa época em que a taxa de mortalidade girava em torno dos 30 anos, alguem atingir 26 era algo respeitável.
Nascia então a tradição do parabéns... ... da canção... ... da alegria.. ... e é claro, das palmas, maneira herdada desde nossos mais antigos ancestrais (talvez até de épocas em que éramos "irracionais"), de expressarmos contentamento e aprovação, simplesmente pelo som produzido pelo choque das carnes da palma de nossas mãos.

Tempos depois, quando já nos fixáramos em terras agrícolas, tivemos a chance de brincar com nossa necessidade instintual de comer. Já não comíamos mais apenas para saciar a fome, mas também pelo nascimento de uma nova arte, a culinária. O que nos leva a certa ocasião perdida no tempo, numa certa preparação de pães. O "cozinheiro", entediado, pensou:


"O que aconteceria se eu colocasse morangos esmagados nesse pão? E se eu colocasse mais frutas? E se eu metesse logo um BOLO de coisas aí?"


Sim! Nasce o bolo, uma invenção diferente e até chamativa para a época. Talvez até injustiçada, pelo fato de que não recebera tamanha atenção, e hoje em dia suas origens sejam desconhecidas.


O bolo era algo novo. Mas, convenhamos, não era nada demais. Numa época em que nada existia e tudo podia ser inventado, um doce feito de massa e confeito merecia, no máximo, um "É...legal...". Para dizer a verdade, muitos até não gostavam dele, e preferiam arremessá-lo para ouvir o barulho que faziam.

Como já dito, não "comíamos" mais apenas por comer.
Certo dia, na celebração tradicional do aniversário de alguém, o indivíduo aniversariante se achou no direito de arremessá-lo na cara de um terceiro, de sua escolha. Afinal, ele atingira 27 e merecia esse direito, no qual todos concordaram. A moda da brincadeira pegou e, logo, em toda a região, o custume era imitado. Até que, certo dia, um aniversário foi comemorado durante a noite. Nessa época a noite não era muito bem vista. Ainda possuíamos o hábito de nos recolhermos assim aque as luzes que nos protegiam fossem embora (hábito que se dissiparia ao longo da evolução).

Mas, naquela ocasião, o indivíduo passara dia inteiro trabalhando nas plantações...
O indivíduo em questão completaria 40 anos. Era visto como um ancião. Seu aniversário não poderia ser ignorado. Pacientemente, as pessoas do povoado o esperaram. Ele só retornou à noite.

Tudo bem.

Acendeu-se uma vela. Cantaram sua canção. Ele fez um pedido (hábito que começou-se a desenvolver, quando passamos a pensar a longo prazo e a crer em forças maiores, mesmo que pagãs. Um exemplo: quendo queríamos que a colheita fosse boa, especialmente em nosso aniversário).
Mas, antes de jogar o bolo na pessoa de sua escolha, ele percebeu que não havia realmente ninguém que ele desejasse lambrecar, então teve a seguinte idéia:

"Vou soprar o fogo da vela e atirar no escuro."
Todos prenderam o fôlego, esperando que ele apagasse a vela.

Ele sopra... tudo escurece... ploft!


Em meio às gargalhadas, alguém resolve provar o grude em sua face... não era tão ruim... só precisava de um pouco de açúcar...
Diante de novas descobertas e incorporações, o aniversário sobreviveu ao longo das gerações. O banquete, a comilança, a alegria, os entes queridos, a festa em si... tudo está presente em um dia de nossa vida, que chega a parecer uma entidade psicológica real, ou um dia realmente especial.

Hoje, devido à preocupação de evitar certas confusões, que começaram a ser um certo problema no período pré-idade-media, o bolo não é mais arremessado na cara de alguém, mas sim, comido de verdade, afinal, não é tão ruim - só precisa de um pouco de açúcar.

Daniel Rodrigues

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Pegadinha do Mendigo

Vídeo fresquinho do YouTube. Também é daqui de Berrrrrrlândia.
Dessa vez um grupo de alunos de jornalismo tentam, em vão, entrevistar os cidadãos sobre a mendicância na cidade.



O que é um mendigo? Porque assim... cada um tem um raciocinamento!

Agradecimentos pela dica ao Mosca, brincalhonista multimídia!